Como um vulto incandescente
Vi tua chegada como fogo ardente
De baixo do manto negro da noite
Sobre o olhar da lua crescente
Palpitando meu peito arfava
Desejando incansável a maciez da tua pele
Queimando minha boca pela tua implorava
Teu doce sabor de mel silvestre
E quando enfim achego-me a ti
Com entrega total mergulho sedento,
Nos teus beijos loucos e desinibidos,
Suave como o vento, perigoso como espinhos
Espalha pelo meu sangue e corpo
O veneno do teu carinho
Mas ainda grato por ti caio morto
Sonhando em teu colo ainda sorrindo.
Edwin Lucas
O veneno de teus lábios
Author: Edwin lucas /Estranhezas
Author: Edwin lucas /A folha
Author: Edwin lucas /
Sopra sopra o vento, para longe leva os desalentos
Dá liberdade a essa folhinha que dança dança no tempo,
Canta e canta folhinha, canta e canta sempre sorrindo!
Faz piruetas no ar saudando seu destino.
Cai cai folhinha, para a agua é jogada
Cai cai folhinha, cai levada pela enxurrada
Cai cai folhinha despreocupada
Cai cai como o Homem, terminando sempre numa vala...
Edwin Lucas
Meia noite
Author: Edwin lucas /
Meia noite e ainda não consigo dormir
Meia noite e ainda faço o meu velório
Meia noite e esqueço todas as lágrimas contidas
Meia noite e ainda falo com minhas crias
Meia noite e sepulto ainda meus versos
Meia noite e ainda empilhando os corpos dos meus poemas
Meia noite e ainda embriagado de melancolia profunda
Meia noite, meio poeta, meia mentira
Meia noite, um ultimo verso de minha inspiração
Edwin Lucas
A nevoa
Author: Edwin lucas /
Que ironia, justo hoje vem visitar-me quando ontem morria de desalento...
Afasta-te de mim manto maldito, não quero teu consolo de sereno,
Mas como seria se hoje fizesse sol? Não seria mais melancólico
Que estar no abraço frio e fúnebre dessa manhã de descontento?
Cruel, queres arrancar de mim as lágrimas que não chorem ontem
Pensas que me engana? Maldita! És carrasco que me esgana,
Um fantasma que se alimenta de corações perdidos e estraçalhados,
Engana-te se me entregarei em tuas mão pálidas, contente-se com meus estilhaços.
Do meu sangue não te darei uma gota, de mim não terás vida alguma,
Nem a morte de desventura, nem choro ou culpa.
Mas se tanto queres próxima de mim ficar,apenas tua compania aceito.
A solidão é a única que não zomba do poeta na morte de seu leito,
Pelo contrario, é conselheiro que entende bem o devaneio,
Mas no fim até o amor se vinga com outros amores, abraço por abraço, beijo por beijo.
Edwin Lucas